Ouvimos em primeira mão o álbum “Raíz”, de Fran Gil, com participações de Gilberto Gil e Caetano Veloso

Publicado em 09/01/2020 07:16
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O cantor Francisco Gil (filho de Preta Gil e Otavio Muller), lançará no próximo dia 10 seu primeiro álbum solo – “Raíz”. “Fran”, como gosta de ser chamado, traz nesse trabalho (em música e vídeos) sua busca audiovisual pela base que o constitui. “Raiz” é autoral, conta com participação do avô Gilberto Gil, do seu tio Caetano Veloso e de Russo Passapusso (do Baiana System). O CD fora produzido pelo badalado trio Pablo Bispo, Ruxell e Sergio Santos (os Dogz) responsável por faixas com IZA, Anitta e Pabllo Vittar.

São 10 faixas que passeiam pela sonoridade proveniente dos ritmos africanos e dos ritmos brasileiros, com uma jovialidade e o frescor que só Fran consegue imprimir. O Observatório de Música ouviu com exclusividade o álbum de estreia no novo prodígio da família Gil e a gente te conta abaixo o que achamos do projeto.

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Faixa 1 – Coração Tambor

Fran abre o álbum com atabaque e agradecendo aos seus Orixás. O jovem clama que seu coração é feito tambor e pulsa forte de amor. “Epa Babá”, saudação à Oxalá em Ioruba é repetida por diversas vezes na letra da canção (numa espécie de agradecimento e celebração por tudo o que nós iremos ouvir a partir daqui). A música traz um “afroreggae” gostoso, onde Fran Gil revela todo o seu amor ao toque de Umbanda e/ou Candomblé. Uma boa forma de se iniciar os trabalhos.

Faixa 2 – Raíz feat Russo Passapusso

Mais uma vez com letras carregados de mensagens e homenagens ao povo de Aruanda, Fran Gil canta para Xangô ao repetir: “Deixa chegar Xangô” – para os desentendidos, o Orixá da Justiça. Nesta canção curta e repetitiva, o novo prodigio da família Gil nos faz pensar sobre os nossos atos passados e o que presenciamos no presente. Para chegar na raiz, é preciso olhar para trás!

Faixa 3 – Divino Amor feat. Caetano Veloso (MINHA FAVORITA – ninguém perguntou, mas achei importante falar).

Neste som delicioso, Fran canta sobre um encontro de duas almas apaixonadas. “Foi assim que o Santo Bateu” faz parte desta letra onde mais uma vez o jovem cantor usa de metáforas dos contos dos Orixás para falar do amor atual. Nesta canção viciante que você terá o prazer de ouvir toda vez que se sentir arrebatado por um grande amor, o neto de Gilberto Gil nos conta sobre uma paixão á primeira vista talvez, ou aquele amor que fora construído com uma grande caminhada. Ah, e o que falar de Caetano Veloso? Maravilhoso como sempre, o ícone da música popular brasileira engrandece a faixa de uma forma que não esperávamos e Fran dialogo com o tio com maestria. Essa tem o melhor e mais viciante refrão de todas as demais faixas do álbum!

Capa do álbum “Raíz”, de Fran Gil.

Faixa 4 – Eu Mais TuCom fortes influências nordestinas, “Eu Mais Tu” encanta graças ao triângulo presente na produção. É um forro moderno talvez, uma mistura de reggae e brega.

Faixa 5 – Denguinho
Pedindo ao Orixá um grande amor pois Francisco é um homem extremamente romântico, o pai de Maria pede à Iansã para abrir os seus caminhos pois ele sonha em se casar. “Oh meu Denguinho, chega pra cá…” tem tudo para grudar na sua cabeça feito chiclete!

Faixa 6 – Eu Reparo
Faixa triste com vocais isolados, Gil tem desta vez uma pegada urban.

Faixa 7 – Bateu Forte
Nesta Francisco deixa por um tempo toda a sua sabedoria e viviência no santo de lado e nos mostra algo mais contemporâneo. Melogia urban também com passadas pelo R&B, Fran Gil me lembrou Sam Smith aqui.

Faixa 8 – Levo Axé feat. Ruxell
Ruxell e Fran nos entrega um hino para a luta contra a intolerância religiosa. Essa faixa te fará lembrar do Olodum com toda certeza. Este som deveria tocar em todo terreiro e invadir as demais casas religiosas do Brasil para nos fazer entender a importância de se viver num Estado Laico. 

Faixa 9 – Afro-futurista com Gilberto Gil
Fechando o album dizendo para o que veio, o menino diz: “Afro-futurista, eu não sou turista” ao lado do avô. Fran Gil não veio para brincar, e sabe muito bem sobre o que quer cantar e onde quer chegar. Sua ancestralidade e raízes jamais estarão de lado, pois ele é retrato de um termo que talvez amanhã esteja no nosso vocabulário, o afro-futurista, aquele que não pede licença para passar!

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